20/12/2021
Existe uma linha do tempo. Um fluxo de execução, se preferirem.
Cada personagem tem sua própria história, sua própria jornada.
Nas boas narrativas, cada personagem é uma variável, evoluindo ao longo da narrativa.
Algumas vezes o autor se vê em um beco sem saída e ele precisa usar toda sua criatividade para criar uma solução.
Talvez ele precise voltar atrás e refazer uma cena anterior.
Se aquela parte de seu trabalho já foi publicada nem sempre isso é possível.
Mas apenas criar uma narrativa, chegar em algum objetivo, não é o bastante. O texto precisa estar claro, conciso, elegante.
Grandes autores passam boa parte do tempo reescrevendo e melhorando seus códigos. Digo, seus textos.
Existe o processo de testar, de refazer, e finalmente de publicar.
James Oliver Rigney Jr, mais conhecido pelo seu nome artístico Robert Jordan, passou boa parte da vida escrevendo sua obra-prima, a Roda do Tempo. Quinze livros envolvendo centenas de personagens, dezenas de povos, culturas, organizações.
Imprevistos fazem parte de qualquer criação de uma história.
Infelizmente, algumas vezes tragédias também.
Robert Jordan recebeu o diagnóstico de uma doença incurável e veio a falecer antes de terminar seu último livro.
Mas ele garantiu que sua obra seria concluída.
Ela foi.
Não apenas ele continuou escrevendo até seu último dia.
Não apenas ele passou instruções de como cada cena e trama iria seguir.
Ele tinha escrito muito mais que apenas os livros. Ele tinha descrições do porquê de cada coisa. Mapas, referências, estudos.
Ele não apenas escreveu uma das maiores obras de fantasia de todos os tempos.
Ele também deixou tudo documentado e com comentários.
Escrever uma grande obra é como programar.
E este foi o tema de minha live de 22/12/2021
A Roda do Tempo
Um abraço
Rodrigo Losina
Alfamídia